Husm tem 5 mil pacientes esperando por cirurgia eletiva

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Diário)/

O serviço de cirurgias eletivas, que ficou suspenso na terceira e quarta semana de janeiro em razão do aumento expressivo de casos de Covid no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), foi retomado na primeira semana de fevereiro. Nos 15 dias, foram 40 procedimentos que precisaram ser remarcados.

Fevereiro já chega a 35 óbitos por Covid-19 em Santa Maria

Agora, o fluxo de cirurgias segue em normalidade, com média de 19 a 20 executadas diariamente, porém, com lista de espera de cerca de 5 mil procedimentos. De acordo com a gerente de atenção à saúde do Husm, Soeli Guerra, o grande número represado está ligado à restrição imposta no primeiro ano de pandemia, em que os ambulatórios estavam restritos para evitar a contaminação pela Covid-19.

Santa Maria confirma primeiros casos de dengue em 2022

- A nossa preocupação sempre é com os pacientes que fazem diagnostico de câncer. Agora, nós estamos atendendo a pleno, já estamos chegando próximos àquilo que a gente tem como meta, que é em torno de 22 a 23 cirurgias de grande porte por dia. Então, esse quantitativo acelera um pouco e diminui o tempo de espera - explicou Soeli em entrevista à CDN. 

O hospital esteve em reunião com o Conselho Municipal de Saúde na última terça-feira para pensar alternativas que desafoguem as demandas do Husm. Ainda segundo Soeli, existe um aumento expressivo de pacientes que precisam de procedimentos cardíacos e que se descredenciaram de serviços privados, o que aumenta a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) e representa 30% das 5 mil em lista de espera.

- Isso acendeu um alerta, porque a nossa lista de espera na cirurgia cardíaca é significativa, e o paciente precisa ser operado com brevidade. O Husm, como o nome diz, é um hospital que se dedica prioritariamente à formação de novos profissionais. Ele não deveria ser a referência única e exclusiva de todos os procedimentos da região. Se tivéssemos um lugar para realizar cirurgias como fraturas simples, sobraria mais espaço para operarmos câncer e cirurgias de grande porte - comenta.

PROGRAMA CIRURGIA +

O Programa Cirurgia Mais, lançado pelo governo do Estado, ampliará serviços de média complexidade que estejam atrasados, enviando a hospitais cadastrados pacientes de outros lugares que aguardam para realizar consultas, exames e cirurgias eletivas. No Hospital Universitário, são 1,6 mil dos 5 mil pacientes em lista de espera que estão aptos a serem atendidos pelo programa em outros hospitais, o que ajudaria a contemplar pacientes que aguardam por muito tempo a disponibilidade para realizar os procedimentos. O Husm não foi autorizado pelo programa a receber demandas de fora.